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O Hino

No final dos anos 50, o Internacional sentiu necessidade de ter um hino, uma canção formal de celebração dos sentimentos colorados. Foi realizado um concurso para a escolha do hino, havendo muitos candidatos. Mas nenhum dos hinos satisfez a alma colorada como aquele que fora feito numa tarde de sofrimento de torcedor. O torcedor era o carioca Nélson Silva, compositor de morro, músico do conjunto "Águias de la Madianoche", e que morava há nove anos em Porto Alegre quando compôs o hino colorado.
O Inter desandava contra o Aimoré, o ano era 1957. Ele escutava o jogo e esperava a namorada Ieda, mas esqueceu o compromisso daquela tarde. Sentou-se brabo na mesa de um bar em frente, e por razões de quem é artista, começou a escrever um hino de louvação ao Internacional.
Quando concluiu a última estrofe 'com o Clube do povo do Rio Grande do Sul', teve a sensação de que era isto que seria cantado pelo torcedor. Foi o que aconteceu, Celeiro de Ases é hoje o hino oficial do Sport Club Internacional e do torcedor colorado.


“Celeiro de Ases”
(Autor: Nélson Silva)

Glória do desporto nacional
Oh, Internacional
Que eu vivo a exaltar
Levas a plagas distantes
Feitos relevantes
Vives a brilhar
Correm os anos, surge o amanhã
Radioso de luz, varonil
Segue a tua senda de vitórias
Colorado das glórias
Orgulho do Brasil

É teu passado alvi-rubro
Motivo de festas em nossos corações
O teu presente diz tudo
Trazendo à torcida alegres emoções
Colorado de ases celeiro
Teus astros cintilam num céu sempre azul
Vibra o Brasil inteiro
Com o clube do povo do Rio Grande do Sul
Há alguns anos, a torcida também costuma cantar uma antiga marchinha carnavalesca:
Papai é o maior
Papai é que é o tal
Que coisa linda, que coisa rara
Papai não respeita a cara.



Manuscrito original de Nelson Silva

O Mascote

Para identificar o Inter como um clube do povo, nas páginas esportivas da antiga Folha Desportiva e do jornal A Hora, surgiu na década de 50 a figura do Negrinho, um personagem cheio de ironia e malandragem. O avesso do maior rival do Inter, o Grêmio Porto Alegrense.
Com o tempo, o Negrinho acabou virando o Saci, aquele que gosta de armar ciladas contra as pessoas, como uma analogia ao que o Internacional faria nos campos de futebol.
Apesar da história não ser confirmada, o nome SACI tem relação com a sigla SCI, de Sport Club Internacional.
Após modernizar o distintivo do Clube e conquistar o bicampeonato da Libertadores em 2010, o departamento de marketing do Internacional, em parceria com a Cria Ideias, estúdio de ilustração e comunicação de Porto Alegre, levou essa tendência de renovação para o seu mascote e acaba de dar cara nova ao mais famoso e carismático personagem do clube: o Saci, agora com traços mais modernos.
Já o simpático macaco, nomeado de Escurinho, foi escolhido como o representante dos projetos de assistência social, educação, cultura e esporte que o Inter desenvolve.
Este personagem possui grande empatia com a torcida colorada, mas é entre a criançada que ele faz maior sucesso, tanto que na festa da Criança Colorada, em outubro de 2010, o boneco ‘Escurinho’ foi apresentado pela primeira vez agradando a garotada que teve no gramado do Beira-Rio o palco da sua diversão. O nome ‘Escurinho’ foi escolhido em votação pela Internet, quando outras várias opções de nomes foram sugeridas pela massa colorada. Foram mais de 10 mil votantes no site do Clube e o nome ‘Escurinho’ foi o vencedor com três mil indicações.

O Distintivo

Nestes 102 anos do Sport Club Internacional, o escudo colorado passou por várias modificações: é a evolução dos tempos. Segundo o estatuto do clube:

O primeiro distintivo do Sport Club Internacional foi utilizado por quase meio século, entre 1909 e 1957. Foi com ele que o clube ficou conhecido como o Rolo Compressor. Mas durante os primeiros anos, o distintivo não era utilizado nas camisas de jogo, se utilizava apenas em documentos.
Parágrafo Único: O distintivo do Clube é representado por um círculo de cor vermelha, tendo ao centro desenhadas em branco, entrelaçadas, as letras “S”, “C”, “I”, correspondentes às iniciais de “Sport Club Internacional”.

Depois o símbolo teve suas cores invertidas, e este foi utilizado por quase 20 anos, entre 1957 e 1976.
Depois, em 1977 surgiram as estrelas, que eram duas, em homenagem ao bicampeonato brasileiro de 1975 e 1976. E eram dois os modelos: um em fundo vermelho para a camisa titular e outro em o fundo branco para o uniforme reserva.
Em 1980, após a conquista do tricampeonato brasileiro de 1979, foi acrescentada uma terceira estrela, destacada com um ramo dourado, pelo fato desta conquista ter sido conseguida de forma invicta.
No final da década de 80, foi removido o ramo dourado, este distintivo ficou conhecido como o “Geração Coca-Cola”, já que na época o time era patrocinado por esta marca. A partir da conquista da Copa do Brasil em 1992, foi acrescentada a quarta estrela.
No final de 2006 foi acrescentada uma quinta estrela, um pouco maior, em homenagem a conquista da Libertadores da América. E em 2007, as estrela passaram a ser seis, sendo esta última em outra cor e acima das demais, homenagem a conquista do Mundial de Clubes FIFA, em 17 de dezembro de 2006.
Na metade do ano de 2007, após a conquista da Recopa Sulamericana, o Inter passou a ter o título da chamada Tríplice Coroa (Libertadores, Mundial e Recopa), em homenagem a esta conquista inédita foi realizada uma pesquisa através do site oficial do clube, para escolher o novo símbolo a ser adotado, e o eleito foi este:
As estrelas passaram a ser utilizadas no centro da camisa, logo abaixo da gola.

Já em 2009, ano do centenário, o clube resolveu deixar a sua marca mais limpa, retirando os adornos, e colocando apenas uma faixa ao redor, com as inscrições “Sport Club Internacional” e “1909”.
E este é o símbolo utilizado até agora!

Manto sagrado colorado

O primeiro uniforme do Internacional foi feito por Humbertina Fachel, mãe de dois fundadores do clube. A camisa possuía listras verticais simétricas vermelhas e brancas, gravatas nas duas cores, calções brancos e meias pretas.
Logo depois do insucesso contra o Grêmio, alguns meses após a fundação, e com a demissão do primeiro presidente, o Internacional adotou aquele que viria a ser seu uniforme atual: camisas vermelhas, escudo na altura do coração, frisos brancos nas mangas e golas, calções e meias pretas (hoje brancas).
Primeiro uniforme

Depois, vários modelos apareceram: a camiseta branca com uma faixa diagonal vermelha; a camiseta totalmente branca, calções e meias vermelhas; e, mais recentemente, meias cinzas. Além disso, os uniformes de treinamento também sofreram alterações, ultimamente aderindo às cores laranja, além do cinza.

Como Tudo Começou

Os principais mentores do Sport Club Internacional foram os irmãos Poppe, descendentes de italianos da Lombardia. Henrique Poppe Leão, o mais velho era jornalista e natural de Niterói-RJ, e os outros dois, José Thomaz Poppe e Luiz Madeira Poppe, eram comerciantes, ambos nascidos em São Paulo-SP.

Em 1901, a família mudou-se de São Paulo para Porto Alegre, possivelmente porque o pai morrera em São Paulo. A mãe, Leonilda, e os filhos, Henrique, José, Carlos, Adelaide e Luiz, vieram a convite de Thomé Castro Madeira, irmão de Leonilda, que residia na cidade e trabalhava no cartório do Supremo Tribunal – com trânsito nos principais círculos sociais. Dos irmãos Poppe, apenas José e Luiz jogavam futebol – os outros dois, Carlos e Adelaide, sequer se envolveram com o esporte. Henrique jamais atuou pelo Inter, sempre foi dirigente do clube.

Foi Henrique quem articulou a criação do clube, algo comum naquela época, por idealismo, com objetivo de popularizar o esporte na capital. Nesta época só existiam dois clubes na cidade: o Grêmio e o Fussball. Por desejarem fundar um clube aberto a todos, os Poppe teriam buscado na expressão “Internacional”, algo que congrega várias nações, a melhor definição para os valores da nova entidade.

Henrique Poppe Leão

Em 04 de abril de 1909, João Leopoldo Seferin, então com 18 anos, emprestou o porão da casa de seu pai para a reunião de fundação do Inter, na Rua da Redenção, 141 – atual Avenida João Pessoa, na altura do número 1.025.

Mais de 40 pessoas participaram da fundação do novo clube.

A primeira diretoria colorada foi escolhida na segunda reunião, realizada no mesmo local, na noite de 11 de abril, e para o cargo de primeiro presidente foi aclamado João Leopoldo Seferin. Mas, o presidente de honra tinha que ser mais velho e com prestigio indiscutível na cidade, para dar credibilidade ao clube. Foi escolhido para o cargo o capitão do Exército Graciliano de Faria Ortiz, que era diretor de Asseio Público e líder político distrital – e homem de prestígio junto a José Montaury, intendente de Porto Alegre. Mais tarde o jovem fundador Henrique Poppe Leão casou-se com a filha de Ortiz.

Foi através de Ortiz que o Inter, recém-fundado, obteve junto à Intendência o seu primeiro campo: a Ilhota – atual Praça Sport Club Internacional, ao lado do Hospital Porto Alegre, no bairro Cidade Baixa.

Notícia publicada no Jornal Correio do Povo, no dia 14 de abril de 1909.
A primeira vez que o nome do Internacional aparece na imprensa.


A Primeira Diretoria ficou assim composta:
• Presidente: João Leopoldo Seferin
• Presidente de Honra: capitão Graciliano de Faria Ortiz
• Vice-presidente: Pantaleão Gonçalves de Oliveira
• 1° Secretário: Legendre Chagas Pereira
• 2° Secretário: Manoel Lopes da Costa
• 1° Tesoureiro: Antônio Coiro
• 2° Tesoureiro: Valdemar Fachel
• Capitão: José Thomaz Poppe
• Orador Oficial: Henrique Poppe Leão
• Comissão de Campo: João Luis de Andrade Vasconcelos, Irineu dos Santos, Luiz Madeira Poppe e Alcides Ortiz.

Ainda nesta segunda reunião, houve uma divisão na escolha das cores do uniforme do novo clube. A decisão veio do desfile de carnaval da Rua dos Andradas, entre Venezianos e a Sociedade Esmeralda (de cores verde e branco). Para acabar com o clima belicoso entre os simpatizantes dos dois blocos, seus líderes foram convidados a se filiar ao Inter e a paz foi selada. Como a turma dos Venezianos estava em maior número no encontro, venceu o vermelho e branco.